O ano de 2026 não será apenas uma continuidade de inovação; ele marca uma mudança estrutural na leitura da tecnologia dentro das organizações, conforme ressalta Alessandra Montini, diretora do LabData e nova colunista do Tele.Síntese.
Segundo Montini, a TI deixa de ser um catálogo de ferramentas e passa a figurar como arquitetura estratégica, distribuída, inteligente e governada, compondo o próprio modelo de negócio da empresa.
A Inteligência Artificial deixa de atuar como camada de apoio e assume o papel de fundação da infraestrutura. As empresas devem conceber sistemas, arquiteturas e fluxos decisórios já orientados por IA desde o nascimento do código, e não como plug-in posterior.
A automação, impulsionada pelos agentes autônomos e pelos DSLMs, deixa de se limitar à execução de tarefas e passa a interpretar contexto, sugerir caminhos e agir com autonomia, com fluxos que abrangem compras, auditoria, crédito e compliance.
A infraestrutura distribuída marca o fim da centralização: data centers deixam de ser o ponto único de controle e o processamento passa a ocorrer cada vez mais próximo da fonte de dados, com edge computing e nuvem, reduzindo latência, fortalecendo a privacidade e ampliando a capacidade de operação em tempo real.
A segurança avança para um regime preditivo, antecipando ameaças com base em padrões e monitorando não apenas dados, mas também modelos de IA. A governança se amplia para monitorar, auditar e explicar decisões algorítmicas, enquanto o movimento XaaS amadurece, conectando custo, retorno e governança.
O mercado de TI continuará crescendo, mas os talentos se tornarão transdisciplinares: o profissional mais demandado será o tradutor entre tecnologia, regulação, ética, finanças e operações, integrando segurança, IA, dados e compliance como repertórios obrigatórios.
Alessandra Montini é diretora do LabData, da FIA e escreve a coluna Montini Insights no Tele.Síntese, publicada na metade de cada mês.