O ano de 2026 promete elevar o patamar de risco no ambiente digital, com ataques autônomos alimentados por IA ofensiva ganhando velocidade e complexidade. Bots capazes de reconhecer, agir e exfiltrar dados com intervenção humana mínima já aparecem como uma tendência emergente, enquanto malwares se tornam mais adaptáveis e difíceis de conter, especialmente quando executados próximo aos dispositivos de IoT na borda da rede.
O ransomware não desaparece; ele evolui para extorsão. Em 2026, a atividade criminosa tende a priorizar a exposição de reputação, com ataques de dupla e tripla extorsão, atingindo fornecedores e consumidores, além de mirar backups inteligentes para capturar snapshots antes do incidente principal. A ideia é transformar o sequestro de dados em sequestro de confiança.
Vazamentos de dados passam a ocorrer de forma contínua. Credenciais vazam diariamente, APIs com falhas mínimas geram vazamentos constantes e a IA generativa, se usada sem políticas de privacidade robustas, amplia a superfície de exposição. Privacidade deixa de ser apenas uma questão legal e passa a ser um risco operacional que exige governança e controles fortes.
No Brasil, o crime cibernético se tornou ainda mais profissionalizado. Golpes via WhatsApp com clonagem de voz, expansão de centros de fraude e a engenharia social como serviço ganham escala, mantendo o Brasil entre os países com maior volume de tentativas de fraude.
Deepfakes deixam de ser curiosidade e passam a ser problema operacional, com impacto potencial em onboarding de clientes, validação biométrica, transações de alto valor e assinaturas digitais. Combinações de imagem hiper-realista, voz clonada e documentos sintéticos criam cenários de fraude extremamente convincentes.
Para quem se preparar a tempo, as ações vão além da tecnologia. Em empresas, recomenda-se implementar MXDR real, mapear superfícies de ataque — incluindo shadow IT e IA —, criar políticas formais de uso de IA, fortalecer identidade e acesso com MFA robusto e privilégio mínimo, e avançar para um modelo Zero Trust. Para pessoas, atenção a áudios e vídeos inesperados, validação de transações por múltiplos canais, uso de gerenciadores de senhas e MFA ativo são medidas fundamentais. A segurança deve virar cultura, não mera rotina de compliance.