Desafios locais e estruturais cercam a cadeia de satélites na América Latina, conforme debate de líderes da indústria no Congresso Latinoamericano de Satélites.
No Brasil, especialistas destacam obstáculos decorrentes da tributação de importação, que pode responder por até 80% do custo total de equipamentos, especialmente nos casos em que não há equivalente nacional. A operadora Eutelsat cita esse entrave como fator-chave para o desenvolvimento de projetos regionais.
A prorrogação da desoneração de taxas setoriais para antenas VSATs é apontada como essencial, já que o benefício fiscal atual vence no fim de 2025. Além disso, políticas para estimular a demanda por conectividade via satélites entre a população carente foram discutidas pelas empresas da região.
Em termos de custos e tempo de construção, a SES argumenta que o custo de construção de um satélite geoestacionário de dezenas de milhões de dólares tornou-se mais viável do que a antiga marca de US$ 300 milhões, com prazos estimados de menos de 12 meses para produção, comparado a anos de desenvolvimento anterior. O avanço de constelações de baixa órbita (LEO), como a Starlink, é visto como impulsionador desse movimento.
Preocupações com a ocupação da órbita terrestre foram destacadas por várias operadoras, incluindo a Claro, que defendem políticas eficazes de prevenção de colisões e gestão de debris, cobrindo também megaconstelas. No Brasil, a Anatel trabalha em uma nova regulação de satélites e busca consensos internacionais; há também pedidos de flexibilização para a revenda de capacidade.
Por fim, o setor enfatiza a necessidade de avanços regulatórios locais que apoiem a expansão da conectividade, mantendo o equilíbrio entre inovação, sustentabilidade orbital e responsabilidade regulatória.