Durante o Painel Telebrasil Summit 2025, Christian Gebara explicou que a FiBrasil foi criada em parceria com o fundo CDPQ com o objetivo de acelerar a construção de rede e reduzir o capex, mas a Vivo acabou sendo quase o único cliente. Em razão disso, a operadora decidiu reintegrar a FiBrasil para ganhar mais agilidade na expansão de cobertura e na penetração de clientes.
A FiBrasil chegou a construir uma rede de 4,5 milhões de domicílios passados, enquanto a Vivo já ultrapassa 30 milhões, com uma taxa de penetração média de 25%, frente 16% registrada pela subsidiária. Gebara ressaltou que a Vivo foi a principal autora dessa mudança de estratégia, o que reforça a necessidade de avaliar o modelo de rede neutra no Brasil.
O executivo também observou que outras empresas do setor, como a V.tal — derivada do fatiamento da Oi — e a TIM, mostraram resultados semelhantes em termos de dependência da empresa original, o que aponta para uma necessidade maior de consolidação no mercado de fibra. Ele enfatizou que não há interesse em redes locais muito pequenas sem disciplina fiscal ou trabalhista, e que prefere ativos de maior porte e com menos sobreposição.
Sobre aquisições, Gebara afirmou que a Vivo mantém abertura a oportunidades, desde que os ativos atendam aos critérios de qualidade técnica, preço adequado e ausência de sobreposição indevida. A visão é de consolidação gradual do setor, com foco em ativos realmente competentes.
No campo da inteligência artificial, a Vivo já utiliza IA há oito anos, com mais de 25 milhões de interações mensais em canais como aplicativo e WhatsApp. A chegada da IA generativa deve ampliar esse volume, permitindo hiperpersonalização no atendimento. A empresa já testa agentes de IA para contato direto com clientes e para apoiar atendentes, usando um acervo de 6.500 documentos sobre produtos para treinamento de sistemas.