[Do Mobile Time] O plano da Anatel de leiloar a faixa de 450 MHz para serviços móveis (SMP) em 2026 pode colocar em risco as redes celulares privativas de missão crítica (RCPs) do setor elétrico, conforme aponta Dymitr Wajsman, presidente da UTCAL América Latina.
Wajsman afirma que o leilão pode gerar interferências prejudiciais originadas por sistemas comerciais que recebam outorga da Anatel, comprometendo a operação das redes de missão crítica utilizadas por geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia.
Como alternativa, a UTCAL sugere que metas de cobertura de rodovias sejam atendidas pela faixa de 700 MHz, e não pela 450 MHz, para reduzir o risco a estas redes críticas.
O PDFF, aprovado pela Anatel, prevê a destinação da faixa de 450 MHz ao SMP, mas não mencionou explicitamente um leilão para 2026 no Plano de Uso do Espectro de Radiofrequências 2025-2032, publicado em outubro de 2025, aumentando a incerteza para o setor elétrico.
Nos últimos 12 meses, projetos de grande porte na faixa de 450 MHz vêm sendo implementados pelas utilities com redes 4G/LTE privadas, gerando investimentos estimados em mais de R$ 200 milhões para Cemig, CPFL e Copel. A incerteza sobre o uso da faixa tem atrasado licitações no setor.
Posicionamento da UTCAL: Dymitr Wajsman destaca que a destinação da faixa de 450 MHz ao SMP está prevista no PDFF e que as redes LTE já implantadas proporcionam maior resiliência operacional, para evitar interferências originadas por fontes primárias. A entidade reitera que não houve confirmação de leilão da faixa em 2026 e que a cobertura de rodovias federais pode ser atendida por vencedores do leilão de 700 MHz, em curso.