Os ministros de Finanças da União Europeia aprovaram, nesta sexta-feira, um roteiro para a implementação do euro digital. A iniciativa, liderada pelo Banco Central Europeu (BCE), prevê a criação de uma carteira eletrônica respaldada pela instituição, com o objetivo de reduzir a dependência de sistemas de pagamento baseados nos Estados Unidos, como Visa e Mastercard.
A proposta busca oferecer uma alternativa às grandes bandeiras de cartões e acompanha o crescimento de stablecoins apoiadas pelo dólar, que ganhou impulso durante gestões anteriores. O Euro Digital, na visão de seus defensores, aproxima-se mais do modelo do PIX brasileiro do que do Drex, o real digital ainda em desenvolvimento pelo BC.
Apesar do avanço político, o projeto enfrenta resistência de parlamentares e de parte do sistema bancário europeu, que levantam preocupações sobre liquidez, custos de implementação e privacidade. O BCE ainda não conseguiu a aprovação legislativa necessária para avançar, indicando ainda várias etapas a cumprir.
Na reunião, Christine Lagarde, presidente do BCE, junto com Valdis Dombrovskis, comissário europeu, concordaram em atribuir aos ministros o poder de decisão sobre a emissão da moeda e sobre o limite de euros digitais que cada cidadão poderá deter — uma medida para evitar corridas aos bancos. A Comissão Europeia apresentou um projeto de lei em 2023, e o calendário prevê enquadramento legal até 2025, com o lançamento provável entre dois a três anos após.