Rogério Xavier afirmou que não vê bolha na atual onda de investimentos em inteligência artificial, embora reconheça que os valuations estejam elevados e possam passar por correção.
Durante um podcast com plateia gravado no Memorial da América Latina, em São Paulo, ele citou que entre as grandes empresas, um eventual vencedor americano seria o Google, mas não indicou qual companhia se sobressairá ao fim do ciclo.
A SPX Capital administra cerca de R$ 42 bilhões e mantém atuação global, com escritórios em Londres, Nova York, Cascais, Singapura e com planos de abrir mais um em Abu Dhabi. Xavier fundou a SPX em 2010, após passagem por Garantia e BBM, onde atuou na tesouraria e na gestão de recursos de terceiros.
Para ele, o conjunto de investimentos em IA não gera retorno suficiente para justificar o tamanho do capital aplicado, o que levará à discussão de modelos de negócios à medida que as empresas se tornam cada vez mais intensivas em ativos de capital, como datacenters e infraestrutura de energia. A tendência inclui novidades como uso de satélite, resfriamento com temperatura da estratosfera e geração de energia com painéis solares, elevando o custo de operação.
Quanto ao papel da competição global, Xavier aposta na China como grande vencedora, mas prevê um cenário de dois blocos: o Ocidente, onde companhias permanecerão, porém com múltiplos mais baixos, e a China, com custo de capital mais baixo e subsidiação de energia. Ele argumenta que, nos próximos cinco anos, a China deverá ampliar consideravelmente sua capacidade energética, enquanto os EUA enfrentam restrições de custo de capital.
O brasileiro lembra que o país é o segundo maior produtor de terras-raras, o que reforça o potencial para datacenters no Brasil, desde que haja governança voltada ao crescimento privado. Além disso, destaca a Nvidia como motor de demanda por chips, mantendo a expectativa de crescimento exponencial da indústria, ainda que os preços oscilem.