Os sindicatos e federações que representam os trabalhadores da Serede reagiram à decisão judicial que antecipou os efeitos da falência da empresa, causando surpresa entre os trabalhadores e seus representantes.
O dirigente Luis Antônio Silva, presidente da FITTLIVRE e do Sintel-RJ, afirmou ao Tele.Síntese que a decisão foi recebida com uma “surpresa muito grande” e classificada como desrespeitosa, especialmente pela proximidade do Natal. Representantes da FENATTEL e da FITRATELP endossaram a leitura, reunindo 28 sindicatos e cerca de 1,5 milhão de trabalhadores do setor; a Serede emprega aproximadamente 4,7 mil pessoas.
Horas antes da divulgação da decisão, trabalhadores participaram de uma reunião online com Bruno Rezende, interventor da Oi, que informou que salários, 13º salário e benefícios estavam em dia e discutiu a venda de ativos, como participação na V.tal, imóveis e o futuro da Oi Soluções.
Segundo o sindicalista, uma segunda reunião com a administradora judicial Tatiana Binato estava prevista, voltada exclusivamente às demandas da Serede, mas não ocorreu. A administradora teria dito que levaria pleitos para despacho com a juíza responsável, incluindo pagamentos em atraso, o bônus de Natal, a retomada do plano de saúde e o pagamento de rescisões; porém, a decisão acabou sendo pela falência da empresa.
A decisão da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, assinada pela juíza Simone Gastesi Chevrand, antecipou parcialmente os efeitos da falência, prevendo, entre outras medidas, a rescisão dos contratos de trabalho com a colaboração dos sindicatos e a suspensão de obrigações extraconcursais por 60 dias, sob a fundamentação de inviabilidade financeira da Serede.
Diante desse cenário, as entidades sindicais defenderam o pagamento integral e imediato das rescisões, dos salários atrasados e do bônus de Natal. O grupo pleiteia que recursos vinculados à Anatel sejam bloqueados judicialmente para assegurar esses pagamentos, com menção ainda à possibilidade de bloqueio de recursos da própria Oi para essa finalidade. A mobilização envolve federações de diversas regiões com o objetivo de preservar direitos trabalhistas durante a execução da decisão judicial.