Durante painel promovido pelo Ministério das Comunicações (MCom) em Brasília, Ana Luiza Valadares, diretora de Políticas Públicas, Conectividade, Infraestrutura e Dispositivos da Meta América Latina, ressaltou que a segurança jurídica é o principal incentivo para que empresas invistam no Brasil.
Valadares enfatizou a importância da coordenação regulatória entre as políticas que tratam da infraestrutura digital, incluindo cabos submarinos, data centers e a regulamentação de redes, ressaltando que a previsibilidade regulatória depende do diálogo contínuo entre ministérios e agências.
“Se os órgãos estão pensando em fazer políticas públicas, é importante que quem está definindo a política de cabo submarino dialogue com quem cuida da política de data center, que, por sua vez, fale com a agência reguladora, porque tudo está conectado”, afirmou a executiva.
A dirigente da Meta também chamou a atenção para evitar repetir erros de setores tradicionais ao regulamentar novas indústrias, ressaltando que o setor de telecomunicações já é “super regulado e super executado” e que é necessário um exercício de reflexão para que esse aprendizado se aplique a setores emergentes, com impactos positivos para o Brasil.
O diretor de Política Setorial do MCom, Juliano Stanzani, destacou a prioridade do governo na coordenação institucional e no diálogo com o setor privado, citando consultas públicas sobre cabos submarinos, data centers e cobertura de rodovias, além do Plano Nacional de Inclusão Digital.
Além disso, Luis Guillermo Alarcón, especialista líder em telecomunicações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), enfatizou o caráter estratégico dos cabos submarinos para a segurança nacional, ressaltando a necessidade de protegê-los, diversificar a distribuição geográfica e reduzir riscos.
O encontro reuniu representantes governamentais, organizações multilaterais e o setor privado para debater infraestrutura digital e a integração de políticas públicas voltadas à conectividade internacional do Brasil.