A regulação das chamadas automáticas, conhecidas como robocalls, ganhou novo impulso com a decisão da Anatel de tornar obrigatória a autenticação de chamadas para empresas que realizam mais de 500 mil ligações por mês.
A medida aposta em tecnologias como STIR/SHAKEN, que autentica quem está ligando e por quê, para reduzir fraudes e devolver confiança ao uso da voz como canal de comunicação.
Países que já adotaram a solução registraram quedas expressivas no volume de ligações abusivas, mas o Brasil precisa enfrentar lacunas de clareza e padronização na aplicação das regras, além de investir na modernização de redes e na capacidade regulatória das operadoras.
O Conselho Diretor da Anatel também definiu que o serviço Origem Verificada aparece em duas frentes: identificação opcional para o usuário e autenticação obrigatória apenas para grandes chamadores, o que facilita o monitoramento em tempo real.
Críticos lembram que a retirada da obrigatoriedade do prefixo 0303 pode diminuir a transparência para o consumidor, que já associa chamadas de telemarketing a spam.
Para Carradore, a regulação deve punir má-fé, mas também estimular investimentos em tecnologia e boas práticas, de modo que a telefonia seja vista como canal confiável e integrado com outros meios digitais e com IA futuras. Quem investir em soluções personalizadas tende a se manter competitivo; os que insistirem em discagem massiva voltada apenas para o alcance amplo ficarão para trás.