Ao discutir a busca pela “latência zero”, o painel Data Center AI & Cloud Summit destacou que IA e edge computing estão pressionando pela descentralização e pela construção de data centers regionais para aproximar o processamento do usuário.
Paulo José Spaccaquerche, presidente da ABINC, enfatizou a necessidade de unir IA e edge em um ecossistema seguro e descentralizado, lembrando que o equilíbrio entre eficiência, segurança e novas aplicações será decisivo para a transformação digital.
Joselito Bergamaschine, vice-presidente da Atlantic Data Centers, ressaltou que 90% da capacidade instalada de data centers no Brasil está concentrada no Sudeste, reforçando que a descentralização é inevitável. Ele citou Recife como palco de um projeto regional classificado como middle-scale edge, com o objetivo de reduzir latência para até 14 milissegundos em toda a região Nordeste.
Aproveitando o impulso regional, Gisele Boni, diretora de enterprise da Supercomm, citou dados da Anatel indicando que 64% do investimento na última milha está com ISPs e que 93% do acesso em localidades com até 30 mil habitantes é de responsabilidade dos ISPs. Segundo ela, esse alcance abre espaço para data centers regionais e serviços de segurança com maior valor agregado.
Frederico Neves, diretor de serviços e tecnologia do NIC.br, lembrou que a rede de pontos de troca de tráfego cobre 38 regiões metropolitanas, com São Paulo abrigando o maior internet exchange do mundo. A baixa latência já é realidade, com investimentos em expansão que incentivam a troca de tráfego fora da capital.
Entre as tecnologias, Flávio Marques da Lightera citou a fibra oca como inovação capaz de reduzir até 30% a latência frente às fibras convencionais, embora ainda haja gargalos na interconexão entre data centers para sustentar IA distribuída. Executivos da Oracle e Nokia destacaram a importância da orquestração de redes e da criptografia nativa em edge, reforçando que eficiência será o diferencial para aplicações sociais e empresariais em grande escala.