Afastado pela Justiça no dia 30 de setembro, Marcelo Milliet renunciou ao comando da Oi, informou a empresa em fato relevante divulgado nesta quarta-feira (8). Além dele, o então diretor financeiro Rodrigo Aguiar e seis membros do conselho também deixaram seus cargos, com vigência a partir de 30 de setembro, data em que a 7ª Vara Empresarial do Rio decretou a antecipação da liquidação parcial.
Em seguida, o interventor Bruno Rezende, da administradora judicial PreservaAção, assumiu a função de conduzir o processo e autorizou a formação de um comitê de transição composto por quatro nomes: Fábio Wagner, André Tavares Paradizi, Gustavo Roberto Brambila e Marcelo Augusto Leite de Moraes. Wagner já ocupava o posto de diretor jurídico da Oi.
No âmbito do conselho de administração, renunciaram Paul Murray Keglevic, Scott David Vogel, Paul Stewart Aronzon, Francisco Roman Lamas Mendez-Villamil e Renato Carvalho Franco — além do CEO Milliet, que também era membro efetivo. Entre os conselheiros, Raphael Manhães, indicado pelos acionistas minoritários, não apresentou renúncia.
Milliet, além de CEO, era diretor de relações com investidores e liderava a Oi desde dezembro de 2024. Ele também tinha ligação com a consultoria Íntegra, especializada em gestão de transição, a qual operou com a tele em crises anteriores. A atuação da consultoria foi questionada no processo de liquidação.
Segundo apuração de fontes, o interventor tem priorizado medidas rápidas para transferir serviços essenciais a terceiros fornecedores e assegurar atendimento a clientes de alta relevância pública, como Cindacta e Caixa Econômica Federal. Em linhas gerais, não haveria prioridade a renegociações de dívidas ou contratos da gestão anterior neste estágio; o foco é traçar caminhos de transição aprovados pela Justiça.
A expectativa é que a transição se concentre na continuidade operacional, com questões comerciais a serem discutidas posteriormente, conforme orientação judicial.