Na teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2025 – o primeiro da Oi sem os ativos de banda larga e TV por assinatura – o CFO Rodrigo Aguiar reconheceu a urgência de liquidez de curto prazo e solicitou o aditamento da Recuperação Judicial, além da renegociação de créditos trabalhistas e dívidas com fornecedores para manter a operação.
“Estamos fazendo a nossa parte que é focar na disciplina financeira. Somos ainda responsáveis por grande parte da interconexão do serviço de voz no Brasil e estamos presentes em 27 unidades do país. Estamos trabalhando por uma Oi mais enxuta e preparada para uma nova etapa”, declarou o CFO, sinalizando a necessidade de aprovação do aditamento da segunda Recuperação Judicial.
Os números do trimestre mostraram deterioração econômica: EBITDA de rotina negativo em R$ 91 milhões e margem ajustada de -14,3%. A receita consolidada atingiu R$ 684 milhões, uma queda de 67,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo a redução de escala após a venda de ativos e a pressão no segmento de telefonia.
Mesmo com a perda, a Oi registrou prejuízo líquido de R$ 835 milhões no segundo trimestre de 2025, invertendo o desempenho do trimestre anterior. No entanto, o acumulado do semestre permaneceu positivo, em R$ 820 milhões, influenciado por efeitos financeiros do primeiro trimestre.
A Oi enfatiza que a solução Nova Oi – voltada à oferta de serviços de TICs – tem mostrado estabilidade e crescimento. A receita consolidada das operações continuadas no Brasil somou R$ 684 milhões, com a Oi Soluções respondendo por R$ 342 milhões (50%), as subsidiárias nacionais por R$ 267 milhões (39%) e o legado e atacado por R$ 74 milhões (11%).
Entre os serviços da Oi Soluções, TIC segue ganhando relevância, especialmente cloud e Comunicação Unificada, com crescimento de 11% no trimestre e 22% na comparação anual. No segundo trimestre, a cloud registrou R$ 62 milhões em novos contratos.
Para reforçar a trajetória de redução de custos, a Oi informou cortes na manutenção de rede, publicidade e serviços de terceiros, além de avançar na desmobilização do legado da telefonia fixa. A economia total estimada com a migração de clientes de telefonia fixa para soluções digitais e a desmobilização de redes de cobre alcançou cerca de R$ 1,4 bilhão desde 2024.
O CFO destacou que a empresa precisa de uma correção de rumo pontual, com a reabertura das negociações com alguns credores para uma reestruturação mais abrangente, que maximize o valor para todos e preserve a continuidade operacional do grupo. “A Oi está presente nas 27 unidades do país e continua respondendo por grande parte da interconexão do serviço de voz no Brasil”, reiterou.