Em sua coluna mensal, Victor Arnaud faz uma leitura prática sobre carbono neutro, clima neutro e Net Zero, mostrando como cada conceito representa compromissos diferentes para quem opera infraestrutura digital.
Ele aponta que muitas empresas ainda tratam carbono neutro como a solução definitiva, principalmente por meio da compra de créditos de carbono, o que, na prática, pode não reduzir emissões reais e, às vezes, até aumentá-las compensando o que não foi eliminado.
Segundo a visão apresentada, o carbono neutro tem valor quando usado de forma correta: reduzir as emissões ao máximo e usar créditos apenas como complemento, não substituto da redução.
O segundo patamar, o clima neutro, amplia o foco aos sete gases de efeito estufa, com medidas como uso de energia renovável, eficiência de refrigeração, atualização de equipamentos e design de prédios mais eficientes, geralmente nos escopos 1 e 2.
O terceiro patamar, o Net Zero, segue o padrão da SBTi, considerado o mais robusto: metas públicas para reduzir pelo menos 90% das emissões até 2040, cobrindo os escopos 1, 2 e 3, com limitações de compensações a 10% ou menos — até lá, créditos podem ser usados apenas como medida temporária, sempre com uma trajetória de redução clara.
Essa diferença não é apenas semântica; é estrutural. A velocidade da transformação digital exige transparência, pois as decisões de hoje moldam o cenário até 2040 e além, envolvendo também clientes, fornecedores, governos e investidores. O texto defende que a credibilidade da infraestrutura digital depende de transformar compromissos em mudanças mensuráveis ao longo do tempo.