Uma automação criada pela 9ª Vara do Juizado Especial Federal (JEF) do Maranhão reduziu em quatro meses o acervo da unidade em 7 mil processos, passando de 33 mil para 26 mil ações em tramitação. O sistema, apelidado de robô, foi desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação da Seção Judiciária do Maranhão.
A ferramenta, inicialmente chamada de BuscaJEF, realiza de forma automática triagens e identificações que antes exigiam análise manual dos servidores, que eram, segundo a magistrada, apenas um ou dois para cada frente de trabalho. A automação já demonstra potencial para replicação em outras unidades da 1ª Região, inclusive gabinetes de segundo grau.
A inovação foi apresentada nesta semana em encontro interno do TRF1. A vice-presidente do Tribunal e coordenadora da Rede de Inovação da 1ª Região (Reint1), desembargadora Gilda Sigmaringa Seixas, demonstrou interesse em expandir o uso do robô e determinou a elaboração de uma nota técnica para que a ferramenta seja avaliada pela Rede e disponibilizada oficialmente para toda a Justiça Federal.
A 9ª Vara do JEF maranhense registrava um grande acúmulo: cerca de 33 mil processos em tramitação e aproximadamente 19 mil novas distribuições por ano. A partir dessa dificuldade, o núcleo de TI da seção foi chamado a desenvolver uma solução que acelerasse as atividades antes feitas manualmente.
O primeiro foco foi automatizar a busca por processos de um tipo específico de contestação — aqueles nos quais os procuradores manifestam interesse em participar de audiência. A automação evoluiu rapidamente. Além de separar tipos de contestação, o robô passou a identificar propostas de acordo, um gargalo que acumulava cerca de 10 mil ações aguardando análise manual.
Depois, o BuscaJEF também passou a auxiliar na triagem de pedidos de desistência, na identificação de pendências em emendas à inicial e em outras tarefas repetitivas que, feitas manualmente, retardavam a tramitação.