Em um prazo de até cinco anos, a inteligência artificial deverá figurar como principal tecnologia adotada pelo setor público, aponta o Gartner. A agenda coloca a IA soberana e os agentes de IA no topo das prioridades, após a recente passagem do “pico das expectativas infladas” pela IA generativa.
Dean Lacheca, vice-presidente analista da Gartner, alerta que os líderes do setor público enfrentam pressões crescentes para atender às expectativas dos cidadãos, lidar com incertezas geopolíticas e fazer mais com menos recursos. “Os agentes de IA podem endereçar esses desafios, mas o sucesso dependerá de preencher a lacuna entre as ambições de inovação e as prioridades mais amplas dos governos…”, afirma.
A IA soberana envolve o esforço de governos para desenvolver suas próprias capacidades de IA, visando automação e modernização de processos para melhorar a experiência de funcionários e cidadãos sem depender de tecnologia estrangeira. A Gartner prevê que, até 2028, 65% dos governos ao redor do mundo usarão requisitos de soberania tecnológica para fortalecer independência e proteção contra interferências regulatórias de outros países.
Quanto aos agentes de IA, eles podem ajudar a melhorar a prestação de serviços, desde o processamento de solicitações de cidadãos sobre políticas e a interpretação de legislações até a automação de tarefas rotineiras. A Gartner projeta que, até 2029, 60% das agências governamentais globais utilização de agentes de IA para automatizar mais da metade das interações transacionais com cidadãos — uma participação inferior a 10% em 2025.
Especialistas ressaltam que o sucesso dependerá de fechar a lacuna entre ambições de inovação e as prioridades mais amplas dos governos, incluindo governança, segurança e infraestrutura de dados. Embora a IA traga promessas de melhoria de serviços, requer planejamento cuidadoso para evitar dependência excessiva de tecnologias externas e para garantir respeito à soberania de dados.