Durante o Google Cloud Summit Brasil, em São Paulo, o presidente do Google Cloud para a América Latina, Eduardo Lopez, afirmou uma posição firme sobre soberania de dados e cooperação com governos estrangeiros.
Segundo Lopez, se o governo dos EUA exigir dados de clientes, a empresa só poderá entregar dados criptografados e ilegíveis, e a descriptografia só poderá ocorrer mediante autorização formal do cliente. Ele ressaltou que o direito à privacidade do usuário é prioridade para a companhia.
O executivo afirmou ainda que, na América Latina, não identifica preocupações significativas de quebra de confiabilidade dos dados, mesmo diante do embate entre governos que domina o debate público na região.
Em relação a investimentos, Lopez disse que o Google Cloud não está segurando recursos esperando por incentivos do governo brasileiro para data centers. “Se os incentivos vierem, será ótimo. Eles aceleram os investimentos. Mas não estamos esperando. Estamos investindo em infraestrutura para avançar com Inteligência Artificial e Cybersegurança”, afirmou.
Durante o evento, a empresa informou que a região de nuvem em São Paulo deve hospedar o Trillium, sexta geração de TPUs, com ganhos de desempenho de pico de 4x, transmissão 3x e aumento de 67% na eficiência energética frente ao antecessor, o que facilita a IA com menor latência local.
Lopez destacou ainda a ascensão do Google Cloud no ranking regional, afirmando que a empresa evoluiu de posição 10 para 2 em data analytics e que a competição na nuvem hoje se dará pelo valor agregado de IA e cibersegurança, não apenas pela infraestrutura.
O executivo encerrou reiterando a confiança de que os investimentos em IA e segurança cibernética continuarão impulsionando o crescimento da companhia na região, independentemente de incentivos governamentais.