Durante o Congresso Latino-Americano de Satélites, no Rio de Janeiro, Flávio Santos, CEO da Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace), afirmou que as escolas conectadas por satélite via o programa da entidade apresentam média de 40 Mbps. O executivo ressaltou que esse desempenho, mesmo com sistemas GEO, já atende aos padrões da ENEC, que estabelecem 1 Mbps por estudante.
“Essa média tem deixado todo mundo satisfeito”, completou. Santos também destacou que quase 80% das escolas atendidas são indígenas ou quilombolas, e muitas são extremamente pequenas, com menos de 40 alunos.
O diretor ainda informou que o programa já alcançou 10 mil escolas, incluindo aquelas ligadas por fibra óptica, e a meta é chegar a 2 mil novas unidades conectadas por satélite ainda neste mês, elevando o total para 12 mil até o final do projeto. A parceria com a Telebras foi apontada como determinante para o ritmo de implantação.
Sobre o futuro, Mauro Wajnberg, diretor geral da Telesat Brasil, afirmou que os 40 Mbps devem servir apenas a curto prazo, citando o caso de Coari (AM), que migrou de 3G para 40 Mbps via GEO. “Todos estão felizes da vida agora. Mas por quanto tempo vão ficar em 40 Mbps? Em algum momento será necessária maior capacidade.” Ele apontou a migração para a tecnologia LEO, com o projeto Telesat LightSpeed com deployment previsto para 2027.
Na esfera pública, a Telebras enfatizou a relevância de parcerias com o setor privado para políticas públicas: Sérgio Chaves, head de vendas de varejo da Hispasat, afirmou que as portas estão abertas e há capacidade disponível no Brasil. O presidente da Telebras, André Magalhães, disse que, apesar dos desafios logísticos, não houve deficiência de competência ou de entrega entre os parceiros, reforçando a necessidade de equilibrar padronização e flexibilidade na entrega dos serviços.