Em debate na Anatel, o presidente e fundador da Elea, Alessandro Lombardi, afirmou que o Brasil precisa reconhecer formalmente os data centers como infraestrutura crítica, equiparando sua proteção a setores como energia e água. Ele também ressaltou a necessidade de padrões regulatórios que orientem responsabilidades e recuperação de desastres.
Lombardi destacou o data center de Porto Alegre, adquirido da Oi e modernizado pela Elea, que permaneceu em operação durante as enchentes de 2024. Segundo ele, aquela unidade foi “o único data center da região sul que continuou funcionando”, assegurando serviços para operadoras, órgãos públicos e hospitais.
Durante a fala, o executivo descreveu a situação de calamidade na época: houve dias sem energia e sem água, com acessos comprometidos, dependendo exclusivamente da concessionária de distribuição., “A noite chegou a Equatorial. Eles transportaram os seus servidores de barco”, lembrou. Ele enfatizou que mais de 3 milhões de usuários dependeram do funcionamento daquela estrutura para manter a comunicação básica.
Lombardi criticou a falta de prioridade por parte de órgãos de proteção civil, afirmando que o data center não constava na lista de empresas que precisam de ajuda — uma situação, na visão dele, que evidencia a vulnerabilidade do país frente a desastres.
Quanto à regulamentação, o presidente da Elea defendeu que a Anatel avance na certificação prevista pela Resolução nº 780/2025, além de promover a consolidação de um marco regulatório que defina responsabilidades, padrões de segurança e integração com políticas de recuperação. Ele também trouxe a tona o fato de que “62% dos dados brasileiros residem no exterior”, associando esse quadro ao custo elevado de implantação de grandes data centers no Brasil. Ao mesmo tempo, elogiou o ReData por zerar impostos sobre equipamentos, mas voltou a enfatizar a necessidade de segurança regulatória para atrair operadores de hiperescala.