A Dell Technologies prevê que agentes de IA vão coordenar atividades humanas no ambiente de trabalho até 2026, conforme afirmou John Roese, Global Chief Technology Officer e Chief AI Officer da Dell Technologies. A previsão aponta para uma transformação ampla de operações, modelos de trabalho e infraestrutura tecnológica das organizações.
Roese ressaltou que a IA precisa entrar em ambientes reais de produção e demonstrar retorno sobre o investimento. “Se a IA não estiver melhorando significativamente a receita, o lucro ou a estrutura de custos, você já está ficando para trás”, afirmou em encontro com a imprensa em 10 de dezembro.
Segundo o executivo, a IA factory está fortemente associada à fabricação de dados, mas o essencial é como esses dados são trabalhados, limpos e protegidos para evitar alucinações e garantir a qualidade das informações. “O dado tem de ser entendido. Se não for, não vai funcionar”, completou o Chief AI Officer.
Luis Gonçalves, presidente da Dell Technologies para a América Latina, reforçou que a IA não pode ser usada de forma aleatória e que o agente IA não é apenas um chatbot. “Ele é um sistema de software que pode funcionar de forma autônoma, conversar entre si e operar uma empresa inteira. O agente IA não foi criado para ser subordinado ao humano; ele vai coordenar as atividades das pessoas”, explicou Roese.
Com a evolução da IA, governos devem manter atenção à soberania, buscando sistemas mais especializados e precisos. A definição de estratégias para tratar a tecnologia se tornará urgente ao longo de 2026, segundo Roese e Gonçalves. A Dell ressalta ainda cinco tendências centrais para o período.
Cinco tendências da Dell para 2026:
- Governança para um ecossistema de IA em rápido movimento: demanda por ambientes privados, gerenciados e seguros, com modelos executados localmente em instalações ou fábricas de IA controladas.
- Gestão de dados: a verdadeira base da inovação, com plataformas que integram fontes diversas, protegem ativos derivados dos dados e oferecem alto desempenho de armazenamento.
- IA agêntica: evolução de assistente para orquestradora de processos complexos, coordenando equipes e fluxos de trabalho em tempo real.
- Fábricas de IA: infraestruturas que asseguram capacidades inteligentes ativas mesmo diante de falhas, fortalecendo resiliência e recuperação de desastres.
- IA soberana: marco estratégico para nações, permitindo autonomia digital por meio de infraestrutura nacional que apoie setores como saúde e indústria.
Em síntese, a Dell defende a colaboração entre governos e empresas para criar um ecossistema regulado e seguro de IA, ampliando a adoção responsável da tecnologia sem frear a inovação.