O ano de 2026 deve trazer forte foco na governança de IA e mudanças estruturais na TI empresarial, conforme a Dell Technologies apresentou suas previsões para o próximo ano.
O CTO global e chefe de IA da Dell, John Roese, afirmou que a governança deverá ocupar o centro das discussões em 2026, superando a atenção aos agentes de IA em 2025. Ele destacou que existem hoje mais de mil jurisdições com políticas de IA não coordenadas, o que torna a navegação regulatória complexa e exige coordenação entre áreas de negócio, tecnologia e compliance.
Roese ressaltou que organizações que tentaram adotar IA sem a devida coordenação acabaram enfrentando falhas; a governança também é essencial para assegurar que os modelos e sistemas de IA gerem valor real para o negócio.
Na América Latina, Luis Gonçalves, presidente da Dell para a região, disse que a IA generativa deixou de ser apenas uma novidade tecnológica para se tornar uma ferramenta de negócio real. Empresas estão treinando e fazendo inferência, com retornos já observados, e o movimento no continente tem ganhado velocidade.
Gonçalves acrescentou que, na região, a governança está diretamente ligada à agenda ambiental. Um estudo da Dell de 2025 aponta que 93% das organizações já monitoram consumo energético, emissões e eficiência dos algoritmos, reforçando a pressão por responsabilidade na adoção de IA. Roese também destacou que a reestruturação da TI corporativa será central em 2026, ressaltando que o maior desafio não está no hardware, mas na organização e na preparação dos dados. A próxima onda, segundo ele, é a camada de conhecimento (knowledge layer), que reúne bancos vetoriais, grafos e estruturas para alimentar modelos e agentes de IA, devendo ficar próxima aos ambientes de computação. A qualidade dos dados é crucial; iniciativas bem-sucedidas começam com a limpeza e organização dos dados antes da modelagem, pois você leva a IA até os dados, e não o contrário.