A relação entre startups e grandes corporações no Brasil está em uma nova fase. O volume de deals não se mantém no nível do boom pré-2022, mas o ambiente de Corporate Venture Capital em 2025 ganha pela maturidade: maior seletividade, foco em tecnologias emergentes como IA, busca por autonomia operacional e uma reavaliação das parcerias estratégicas.
Segundo o relatório The State of Corporate Venture Capital, elaborado pelo Silicon Valley Bank e pela Counterpart Ventures, as CVCs tendem a ser mais disciplinadas, investindo com critério e mirando impactos reais para as organizações-mãe e para o ecossistema como um todo.
Essa maturidade se vê não somente no montante investido, mas na qualidade da relação. As CVCs passam a atuar como instrumentos estratégicos, buscando destravar novas avenidas de crescimento, aumentar eficiência operacional e posicionar as empresas na dianteira das transformações setoriais. Em troca, oferecem às startups acesso a canais, infraestrutura, dados, marca e aceleração de go-to-market.
Para atrair os melhores founders, as grandes empresas precisam reduzir fricções: contratações e pagamentos mais ágeis, squads de integração internos e uma cultura de experimentação aberta. Startups buscam não apenas capital, mas um parceiro que acompanhe o ritmo do seu negócio.
O diálogo aberto é o primeiro passo para alinhar prioridades estratégicas e expectativas de colaboração. Startups costumam priorizar agilidade, crescimento e tração de mercado; CVCs priorizam alinhamento estratégico, inovação acessível e retorno de longo prazo. Identificar cedo áreas de benefício mútuo — co-desenvolvimento, acesso a mercados, validação tecnológica — ajuda a estruturar objetivos comuns que evoluem com a relação.
O ecossistema de inovação aberto no Brasil mostra que a combinação de visão estratégica, execução precisa e complementaridade de capacidades gera resultados concretos, desde novos produtos até oportunidades de investimento transformadoras. Inovar deixou de ser opção, tornou-se a chave para diferenciar empresas e impulsionar a economia.