Resumo regional: depois de um 2025 com orçamentos conservadores, as empresas brasileiras e da América Latina começam a reavaliar suas Posturas de segurança para 2026, com uma expectativa de crescimento maior e foco em soluções inovadoras, impulsionadas pela inteligência artificial.
Um estudo recente mostra que, em 2025, os budgets de cybersecurity cresceram apenas 4% em relação a 2024, muito abaixo da média histórica de 8% nos últimos cinco anos. A orientação foi priorizar o uso eficiente dos recursos já existentes, o que, segundo analistas, deixou algumas defesas menos atualizadas e mais vulneráveis a ataques sofisticados baseados em IA.
No Brasil e na região, o cenário é ainda mais desafiador. Dados da Organização dos Estados Americanos indicam que o investimento regional em segurança cibernética fica abaixo de 1% do PIB, um patamar bem menor do que o observado em economias desenvolvidas, o que expõe bancos, operadoras de saúde e órgãos públicos a riscos maiores.
Estudos regionais também apontam o custo de uma violação na América Latina em torno de US$ 3,22 milhões, incluindo downtime, prejuízos de reputação e impactos na recuperação. Ainda assim, esse número pode subestimar o peso real dos incidentes devido à subnotificação e à ausência de estruturas regulatórias robustas em vários países. O Brasil, junto com Chile, apresenta avanços regulatórios, mas ainda há muito a melhorar para evitar gargalos financeiros e operacionais.
Por outro lado, há previsões otimistas. O IMARC Group estima que o mercado latino-americano de cybersecurity alcance US$ 40,9 bilhões até 2033, destacando o potencial de crescimento impulsionado pela transformação digital. A pressão de ransomware e fraudes aumentadas pela IA também trouxe de volta às salas de diretoria a discussão sobre budgets mais estratégicos, com foco em iniciativas que acompanhem o ritmo da IA.
Especialistas apontam que a IA está redefinindo o cenário de ameaças — com phishing gerado por IA capaz de produzir milhares de mensagens por minuto, segundo a Forrester, e incidentes com deepfakes crescendo drasticamente em 2025. Mesmo assim, a adoção de novas tecnologias de autenticação de usuários ainda é alvo de adiamentos, ampliando a vulnerabilidade a vazamentos de dados. Em resposta, a alta gestão vem pressionando para que o orçamento 2026 tenha peso maior em software, automação e detecção‑resposta a incidentes, ao invés de simples expansões de headcount.
Dados do ISG indicam que 40% dos gastos globais com segurança devem ir para software em 2026, superando hardware, terceirização e pessoal combinados. Além disso, 15% dos tomadores de decisão planejam aumentos superiores a 10%, enquanto 40% esperam crescimentoss entre 5% e 10%. Para quem planeja o budget de cybersecurity, o momento exige perguntas-chave: quais são os maiores riscos? qual é o pior cenário? quais áreas merecem prioridade imediata? E, principalmente, como traduzir investimentos em resultados de negócios? A mensagem é clara: o orçamento de cybersecurity precisa deixar de ser visto como custo e passar a ser motor de crescimento sustentável em 2026.