A perspectiva de ocupação crescente da órbita terrestre pode colocar pressão sobre o mercado de satélites direct-to-device (D2D), que busca oferecer conexão direta entre satélites e dispositivos em solo.
Segundo dados apresentados no Congresso Latinoamericano de Satélites, existem aproximadamente 30 mil artefatos catalogados em torno do planeta, com 80% localizados na órbita baixa (LEO).
As informações foram destacadas por Erika Rossetto, diretora do Space Data Association (SDA) e gerente de dinâmica orbital da Claro Empresas, durante o segundo dia do evento ocorrido no Rio de Janeiro.
“Quando falamos de novas constelações para D2D, precisamos levar em conta que a órbita terrestre é um recurso limitado e pode chegar um momento em que ela vai ficar inviável, se não fizermos o uso de forma sustentável”, afirmou Rossetto.
Na prática, a executiva destacou que, em LEO, uma mesma constelação pode concentrar mais de 60% dos artefatos, o que aponta para o desafio de enfrentar um operador dominante no espaço – sem citar nomes, mas muito relacionado à líder do mercado.
Entre os impactos, Rossetto mencionou gestão de espectro mais complexa e riscos de colisão, preocupações já observadas no espaço e que podem afetar pesquisas científicas, o que levou à adoção de diretrizes em regiões como a União Europeia.
Ela ressaltou ainda a necessidade de uma atuação preventiva para evitar que o problema se torne insuperável no futuro, especialmente com o crescimento de satélites populacionais para IoT e serviços D2D.