A Meta reportou resultados do terceiro trimestre de 2025 com queda de lucro de 83%, atribuída à adesão à One Big Beautiful Bill Act (OBBBA), legislação fiscal defendida pelo governo de Donald Trump e aprovada em julho nos EUA.
A receita da empresa foi de US$ 51,24 bilhões, alta de 26% em relação ao mesmo período de 2024, mas o lucro líquido recuou para US$ 2,7 bilhões devido a uma despesa única de US$ 15,93 bilhões relacionada à adoção da nova legislação de imposto mínimo corporativo.
Sem esse efeito não caixa, o lucro por ação diluído seria de US$ 7,25; com o impacto, ficou em US$ 1,05.
A divisão Family of Apps gerou US$ 50,77 bilhões em receita no trimestre, enquanto o Reality Labs registrou US$ 470 milhões, com prejuízo operacional de US$ 4,43 bilhões. O número de usuários ativos diários chegou a 3,54 bilhões em setembro, com impressões de anúncios aumentando 14% e preço médio por anúncio subindo 10%.
As despesas totais somaram US$ 30,71 bilhões, alta de 32% frente ao 3T de 2024. O fluxo de caixa livre ficou em US$ 10,62 bilhões; o capex atingiu US$ 19,37 bilhões. A Meta encerrou o trimestre com US$ 44,45 bilhões em caixa, recompra de ações de US$ 3,16 bilhões e pagamento de US$ 1,33 bilhão em dividendos. O quadro de funcionários subiu 8% em um ano, para 78.450 empregados.
Para o quarto trimestre, a empresa projeta receita entre US$ 56 bilhões e US$ 59 bilhões, com câmbio contribuindo positivamente em cerca de 1 ponto percentual. O capex anual foi elevado para a faixa de US$ 70 bilhões a US$ 72 bilhões, com 2026 devendo trazer investimentos significativamente maiores, impulsionados por infraestrutura de IA, nuvem externa, depreciação e contratação de especialistas em IA.
No âmbito regulatório, a Meta admite que a lei pode ter efeito não recorrente, porém cita riscos de sanções futuras, incluindo potenciais exigências da União Europeia sobre anúncios menos personalizados e ações judiciais nos EUA envolvendo uso de plataformas por jovens, com efeitos potenciais a partir de 2026.