Uma onda de ataques contra provedores de internet atingiu o Norte e o Centro-Oeste do país, com Rondônia registrando novas ocorrências. Nove ISPs teriam sido ameaçados na última semana, e oito sedes foram incendiadas ou vandalizadas; em cinco lojas de diferentes empresas houve incêndio coordenado no mesmo dia, em cidades como Vilhena, Colorado do Oeste, Cerejeiras, Guajará-Mirim e Nova Mamoré.
Em conversa com o Tele.Síntese, um representante de uma das empresas pediu anonimato e classificou os ataques como ataques terroristas, afirmando que colocam em risco a vida de trabalhadores e podem deixar o estado sem internet. Segundo relatos, empresários já avaliam deixar o estado à medida que a escalada avança.
Rondônia abriga cerca de 150 ISPs, mas não há clareza sobre quantos têm sido alvo da extorsão. Há indícios de que o problema possa se espalhar para Mato Grosso, Acre e Amazonas. Os criminosos teriam exigido 50% do faturamento para cessar as ameaças.
As ações criminosas visam a coerção direta aos provedores, com destruição de estruturas físicas e intimidações. Segundo uma das fontes, os ataques também afetam outros setores de negócios na região.
Os impactos são significativos: trabalhadores atuam com medo e há avaliação de paralisação de 48 horas para chamar a atenção para o problema. Os ISPs cobram atuação mais efetiva de polícia e Ministério Público. A Anatel informou informalmente que não pode agir sozinha nesses casos, mas se dispôs a oferecer apoio técnico; a Polícia também reconheceu a limitação de efetivo para monitorar todos os provedores.
Dados oficiais da Anatel apontam 429 mil assinantes de banda larga fixa em Rondônia, número que é considerado subnotificado. O estado tem cerca de 1,75 milhão de habitantes e aproximadamente 730 mil residências. Segundo os provedores, a região emprega diretamente cerca de 10 mil pessoas.