Os iPhones continuam liderando as fraudes envolvendo a venda de celulares no Brasil, conforme levantamento da OLX, maior marketplace de usados do país. No primeiro semestre de 2025, os aparelhos da Apple concentraram 76% dos golpes registrados, ligeiramente abaixo dos 80% observados no mesmo período de 2024.
Paralelamente, o estudo aponta um salto de 219% nas invasões de contas, modalidade de golpe que passou a representar 51% dos casos. Mesmo com esse avanço, o número total de fraudes na categoria caiu 36% e as perdas financeiras retraíram 49%, totalizando 32,2 milhões de reais entre janeiro e junho de 2025. A OLX analisou dados de cerca de 20 milhões de contas em plataformas digitais de compra e venda.
Camila Braga, gerente de Produto da OLX, destaca que os celulares continuam entre os alvos preferenciais dos criminosos pela facilidade de revenda. “Além do trabalho de prevenção, investimos na conscientização para que usuários adotem práticas seguras nas negociações online”, afirma. Ela orienta usuários a manterem senhas fortes, não repetirem senhas entre sites diferentes e atualizá-las periodicamente.
Entre os outros golpes, o falso pagamento aparece em segundo lugar, respondendo por 37% das ocorrências, seguido pelos anúncios falsos (8%). Ambos caíram em relação a 2024 — 43% e 20%, respectivamente. A OLX aponta a Garantia OLX, serviço gratuito que permite transações dentro da plataforma, como uma das iniciativas que contribuíram para esse recuo.
No ranking de modelos mais visados, o iPhone 11 continua como principal isca para golpistas, com iPhone 13, iPhone 12 e iPhone 14 Pro Max completando o Top 5. Os celulares da Samsung somaram 14% das fraudes registradas. O preço médio dos aparelhos anunciados caiu de R$ 3,1 mil para R$ 2,4 mil.
Regionais apontam São Paulo como líder das perdas financeiras, com cerca de R$ 10,5 milhões, seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 4,15 milhões), Minas Gerais (R$ 2,1 milhões) e Paraná (R$ 776 mil). Os dados indicam que, embora haja queda no total de fraudes, os golpes estão se tornando mais sofisticados, exigindo maior vigilância de consumidores e plataformas.