O Data Center AI & Cloud Summit, promovido pelo Tele.Síntese, reuniu especialistas para discutir como a IA está transformando a infraestrutura digital, especialmente a interconexão entre data centers. O destaque foi a apresentação de Décio Coraça, da Ciena, que ressaltou a necessidade de redes mais rápidas e eficientes para atender aos modelos de IA.
Segundo Coraça, o volume de processamento aumentou de forma expressiva: entre quatro e cinco vezes no que diz respeito à compute e ao uso de GPUs. Ele citou números como 72 GPUs em cada rack consumindo 100 kW em 2025, com previsão de 600 kW até 2027, e uma discussão sobre o consumo total que pode chegar a 200 vezes maior até 2030.
Essa escalada faz da localização dos data centers uma decisão estratégica de energia e conectividade. Como treinamentos de IA ocorrem em múltiplos locais, a interligação entre data centers se tornou crítica para distribuir o treinamento entre instalações diferentes.
Para sustentar o tráfego intenso, a aposta recai sobre redes ópticas coerentes de alta capacidade. A ideia é usar múltiplos pares de fibra DWDM, com conectividade na banda C e na banda L, com velocidades que já chegam a 1,6 Tbps e podem alcançar 3,2 Tbps em distâncias moderadas.
As rotas de scale-up (mais GPUs por rack) e scale-out (mais racks e interconexões) exigem soluções que superem o IMDD, adotando tecnologia óptica coerente. A Coherent Light, da Ciena, é apresentada como um equilíbrio entre consumo reduzido, latência baixa e maior desempenho, viabilizando interconexões de até 1,6 Tbps a até 20 quilômetros.
Além disso, foram citados sistemas multi-rail para transmissão simultânea em centenas de pares de fibra, com volumes que passam de terabits para petabits por segundo, bem como avanços no meio físico, como fibras hollow-core, que prometem menor latência e maior potência de transmissão. Pesquisas também exploram bandas além de C e L, como O, E e S, para ampliar a capacidade das redes.