A corrida pela IA no espaço ganhou velocidade com anúncios de Google, Amazon e xAI, que descrevem estratégias para deslocar parte do processamento de IA para órbita. A aposta é reduzir a pressão sobre redes elétricas terrestres, a demanda por refrigeração e a latência em aplicações cada vez mais exigentes.
Google avança com o Projeto Suncatcher, que prevê nós de computação orbitais impulsionados por energia solar. A ideia é operar TPUs no espaço, onde a radiação solar é constante, minimizando interrupções de energia, com resfriamento no vácuo e potencial para análises massivas sem depender de infraestrutura terrestre.
Amazon vem com o Projeto Leo, uma constelação de satélites que, além de expandir banda larga, pode futuramente conectar-se à nuvem e à IA da empresa, abrindo espaço para fronteiras de computação de borda em áreas remotas e com conectividade limitada.
A xAI, de Elon Musk, discute também fazendas computacionais orbitais voltadas não apenas à execução de IA, mas ao treinamento de modelos de trilhões de parâmetros. O desafio é enorme: blindagem contra radiação, redundância e altas velocidades de transmissão de dados, mas a iniciativa busca acelerar o desenvolvimento de IA corporativa com menor dependência de hardware terrestre.
Os impactos podem ir além da tecnologia: educação rural, monitoramento climático, vigilância de desastres e resposta a emergências poderiam se beneficiar de uma camada orbital de IA. Além disso, a energia solar em esteiras orbitais poderia ajudar a reduzir a pressão sobre redes terrestres poluentes, oferecendo uma energia mais estável para serviços críticos.
Entretanto, especialistas destacam desafios financeiros, de segurança e de governança espacial. Custos de lançamento, detritos orbitais e questões de soberania apontam para uma regulação ágil e cooperação internacional como condições-chave para que a IA orbital se torne uma segunda camada robusta da infraestrutura global, sem substituir os data centers existentes.