A transformação digital impulsionada pela IA está pressionando a arquitetura de dados gerados por redes IoT, especialmente em ambientes industriais e operacionais, segundo Frank Meylan, sócio-líder da KPMG no Brasil e na América do Sul, que apresentou os resultados da pesquisa global da consultoria com mais de 1.300 CEOs.
Durante a palestra no evento IoT, MVNOs e Redes Privativas, realizado pelo Tele.Síntese nesta terça-feira, 19, em São Paulo, Meylan destacou que 52% dos executivos apontam preocupação com a preparação de dados para uso em projetos de IA. “Se você não tem o seu dado devidamente organizado, você não consegue aterrissar o modelo de inteligência artificial para extrair os benefícios”, afirmou.
Arquitetura, latência e segurança entram no centro da discussão: Meylan afirmou que a IA não pode ser implantada de forma eficaz se a arquitetura de rede não estiver preparada para processar grandes volumes de dados em tempo real. “Você precisa processar isso em tempo rápido, em baixo atraso, em baixo delay.” Além disso, a proximidade entre o local de geração dos dados e o local de processamento será cada vez mais determinante, pois modelos muito distantes enfrentam barreiras de velocidade de decisão.
A partir desse cenário, o executivo ressaltou que o avanço da IA traz consequências diretas para o dimensionamento de data centers, conectividade de borda (edge computing) e consumo de energia, refletindo a necessidade de infraestrutura mais próxima das fontes de dados.
Redes OT são ponto frágil na integração com IA, segundo Meylan: estas infraestruturas, tradicionalmente isoladas, vêm sendo conectadas pela expansão da IoT e da automação, o que aumenta a exposição a riscos cibernéticos e a complexidade do ambiente digital. “Parece fazer sentido elevar rapidamente a maturidade da segurança dessas redes.”
Quanto aos CEOs, a pesquisa aponta que, apesar dos desafios, 71% dos CIOs consideram a IA a prioridade máxima de investimento, 67% esperam retorno entre 1 e 3 anos, 59% demonstram preocupação com implicações éticas e 100% dos CEOs estão atentos à disputa global por talentos qualificados em IA.