O relatório divulgado pela Ciena aponta que a inteligência artificial e a demanda por data centers devem remodelar a infraestrutura de conectividade na América Latina. A força motriz são aplicações de IA generativa, treinamento de grandes modelos de linguagem (LLMs) e inferência em larga escala, que elevam a necessidade de redes ópticas de alta qualidade.
De acordo com a empresa, a convergência entre IA, data centers e conectividade coloca a região em um momento decisivo, com investimentos que reforçam a conectividade transfronteiriça e a infraestrutura de backbone, baseada em redes de fibra óptica e tecnologias ópticas avançadas.
O estudo ressalta oportunidades para operadoras monetizarem ativos de fibra e para governos criarem condições para investimentos que resultem em desenvolvimento econômico. A demanda por interconexão entre data centers (DCI) deve crescer de forma acelerada, com transições de 100 Gb/s para 400 Gb/s, 800 Gb/s e, em alguns casos, até 1,6 Tb/s por comprimento de onda.
Outra tendência analisada é a mudança geográfica dos data centers, com novas instalações em regiões com maior disponibilidade de energia renovável e menor custo de terreno. Isso exige a construção de rotas de fibra óptica de altíssima capacidade para conectar locais remotos a grandes hubs, aliando redes terrestres a cabos submarinos estratégicos para integração regional e internacional.
No âmbito macroeconômico, a PwC projeta que a IA pode elevar o PIB mundial em até 15% até 2035, com a América Latina apresentando potencial de crescimento regional de cerca de 5,4% até 2030 (aproximadamente US$ 500 bilhões). A região já conta com quase 500 data centers, com o Brasil respondendo por mais de 41% dos investimentos, segundo dados compilados pela Ciena. Anúncios de AWS, Microsoft e Google, junto a investimentos regionais, indicam aportes previstos para 15 anos superiores a US$ 27 bilhões.