As federações FENATTEL, FITRATELP e LIVRE, que representam trabalhadores do setor de telecomunicações em todo o país, divulgaram nesta quarta-feira, 1º de outubro, uma nota de repúdio à intervenção judicial na Oi e à destituição de sua diretoria.
Segundo as entidades, a medida ocorre num momento crítico de transição contratual envolvendo a Oi e suas subsidiárias, o que pode impactar milhares de empregados.
A nota destaca que a Justiça e as instituições devem agir com prudência para evitar insegurança às famílias que dependem do emprego na Oi e nas empresas coligadas, bem como assegurar a continuidade dos serviços prestados à população.
Os sindicatos ressaltam a necessidade de manter a operação estável e priorizar o interesse público acima de disputas por patrimônio da empresa.
Na decisão expedida pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, foi autorizada a suspensão de obrigações extraconcursais por 30 dias, o afastamento da diretoria e do conselho de administração, além da nomeação de gestores judiciais para conduzir a transição.
A operação judicial também sinaliza o desafio financeiro da Oi, com passivo de execução imediata estimado em 1,5 bilhão de reais e projeção de caixa negativo de até 178 milhões de reais para outubro.
Parte das federações já havia cobrado garantias para pagamento de rescisões de cerca de 2,5 mil trabalhadores, em nota de 26 de setembro. Em tom duro, lembraram que o salário possui natureza alimentar e é essencial à subsistência das famílias.
Durante mediação no Tribunal Superior do Trabalho, a Serede teria indicado a possibilidade de destinar parte de seus recursos para pagar fornecedores, o que motivou o depósito judicial de valores.