As operadoras de pequeno porte (PPPs) do setor de telecom vêm avançando na agenda de governança ambiental, social e corporativa (ESG), mas destacam que a abordagem regulatória da Anatel precisa considerar o porte e a realidade de cada empresa. No TelecomESG, realizado em São Paulo, representantes das principais PPPs apresentaram o tema, defendendo análises caso a caso e tratamento proporcional das metas ESG.
Luciana Ferreira, head de relações institucionais, ESG e estratégia da Brisanet, afirmou que a regulação deve ser encarada com cautela, porque algumas exigências podem representar uma régua alta para PPPs. Ela ressaltou ainda que o avanço envolve a participação de fornecedores, o que facilita para equipamentos, mas complica para serviços locais. “Pode haver um desafio para acomodar para PPPs, especialmente para operadoras de menor porte”, disse.
Paloma Mansano, chief legal officer da Alares, completou que a obrigatoriedade gera previsibilidade, mas aponta a necessidade de diferenciar os portes entre as empresas, já que impactos e fornecedores variam em relação a grandes operadoras.
Thamyris Alonso, gerente de ESG da Vero, lembrou que a regulação exigiria um 7alto de maturidade e9mico significativo e9 para a jornada das empresas, destacando, no entanto, que a agenda ESG fomentada pela Anatel ajuda a sensibilizar as lideranças dentro das organizações.
No âmbito regulatório, a assessora especial da superintendência executiva da Anatel, Ana Beatriz Rodrigues de Souza, destacou que o objetivo não é “regulamentar pela regulamentação”. Diante da diversidade de empresas, a agência sinaliza análises caso a caso, com oportunidades de melhoria específicas para cada contexto. A primeira edição do Selo ESG na cadeia de telecomunicações deve ser implementada em 2026, o que pode facilitar financiamento verde entre empresas do setor. O próximo leilão de 700 MHz também deve contar com metas ambientais e de governança, com detalhamento em curso.
Neste intervalo, a agenda ESG tem avançado de forma voluntária entre as PPPs. A Alares destacou que 100% da frota tem emissões compensadas e 90% do consumo de energia é de fontes renováveis, com o projeto Elas na Técnica estimulando a participação feminina em áreas técnicas. A Vero está implementando um Plano ESG 2030, incluindo reutilização de equipamentos, energia renovável e inventário de emissões, além de apoiar escolas via o Instituto Escola Conectada. Já a utiliza energia solar na operação de banda larga, com mais de 85% do consumo vindo de fontes renováveis, e mantém um dos maiores índices de recolhimento de equipamentos, reforçando o descarte adequado.