O gerenciamento eficiente de energia e cooling é essencial para a operação de qualquer data center. Rafael Carvalho, gerente de projetos de energia e data center na GP Cabling, aponta que o grande desafio atual é equilibrar eficiência com confiabilidade, especialmente com o aumento da densidade dos racks e a necessidade de manter equipamentos críticos funcionando sem interrupções.
Entre ar de conforto e ar de precisão, existem abordagens distintas. O ar de conforto é viável para ambientes com variações maiores de temperatura e umidade, enquanto o ar de precisão mantém condições estáveis e rigorosas, cruciais para a operação de TI. Essa diferença de estratégia é determinante para reduzir falhas e estender a vida útil dos ativos.
A implementação de cooling de precisão proporciona maior estabilidade ambiental. Conforme ressalta Carvalho, “com sistemas de cooling de precisão, a operação fica mais tranquila, pois o sistema ajusta automaticamente a carga térmica e mantém o ambiente estável”, reduzindo a necessidade de intervenções manuais e permitindo foco em melhorias contínuas.
Indicadores como temperatura, umidade, fluxo de ar e PUE são centrais para monitorar a eficiência e detectar falhas precocemente. O PUE, que pode responder por uma parcela significativa do consumo, mostra o impacto direto do cooling na eficiência energética e no custo operacional.
O ROI de cooling de precisão costuma variar entre 2 e 4 anos. Em muitos casos, substituir o ar de conforto pelo de precisão resulta em reduções de até 35% no consumo energético, acelerando o retorno sobre o investimento.
Para retrofit e modernização, o segredo está no planejamento inteligente. Mapear a carga térmica, o espaço disponível e a rota de ar permite mudanças modulares, muitas vezes sem a necessidade de parar o data center. Essa abordagem facilita transições suave e econômica.
A disponibilidade do data center depende diretamente do controle térmico: falhas podem levar a quedas de performance, travamentos ou desligamentos. Assim, a governança e a manutenção preventiva — sensores, alarmes e logs —, bem como testes de failover periódicos, são pilares para a resiliência a longo prazo.