Nesta quarta-feira (8), a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara promove audiência pública para debater a soberania digital do Brasil e dos demais países do BRICS. O encontro, realizado no plenário 13 às 10h, busca analisar estratégias para reduzir a dependência de big techs e ampliar a autonomia tecnológica, inovação e segurança digital.
O debate aponta para caminhos que fortaleçam a infraestrutura de dados do país, com foco no desenvolvimento de soluções próprias em áreas estratégicas como computação em nuvem, softwares e aplicações de inteligência artificial, reduzindo vulnerabilidades em setores críticos.
Entre 2014 e 2025, o Brasil destinou cerca de 23 bilhões de reais a contratos com empresas estrangeiras para fornecimento de softwares, serviços em nuvem e sistemas de segurança digital. Esse montante revela o grau de dependência tecnológica do país em relação a plataformas externas, gerando preocupações sobre segurança cibernética, soberania e riscos geopolíticos.
A reunião também aborda a cooperação tecnológica entre os países do BRICS, bloco que, segundo o debate, pode favorecer a criação de nuvens regionais integradas, infraestruturas de dados compartilhadas e plataformas abertas de software para uso governamental e empresarial. O objetivo é reduzir custos, ampliar a competitividade e incentivar a inovação local, fortalecendo uma governança digital mais autônoma dentro do bloco.
No âmbito nacional, as estratégias discutidas incluem o estímulo à pesquisa científica, a inovação em universidades e o reforço de tecnologias nacionais voltadas à segurança da informação, além do incentivo à indústria de semicondutores, à modernização das redes de conectividade e a parcerias público-privadas para infraestrutura crítica. A meta é tornar o Brasil exportador de soluções tecnológicas no ecossistema BRICS e formar mão de obra qualificada para o uso ético da inteligência artificial. Em âmbito internacional, o debate reconhece que a soberania digital é prioridade para a União Europeia e para os emergentes, que buscam infraestruturas resilientes para proteger dados sensíveis e apoiar o crescimento econômico. Fontes: Agência Câmara de Notícias.