A Anatel apresentou propostas-chave para ampliar a conectividade por meio de satélites durante a abertura da Conferência da Comissão Permanente II (CCP.II) da Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel), em Salvador. O presidente da agência, Carlos Baigorri, ressaltou a necessidade de respostas tecnológicas diversas e compartilhadas para superar os desafios geográficos, sociais e econômicos da região.
Em seu discurso, Baigorri enfatizou que não existe uma única solução: a cooperação regional permite que cada país leve às populações as melhores soluções tecnológicas disponíveis, citando explicitamente o uso de satélites como fundamental para essa estratégia.
O Brasil levou 21 contribuições formais aos grupos de trabalho, com destaque para temas satelitais. Entre as propostas: estudos de compatibilidade para novas bandas de IMT (Item 1.7 da CMR-27), com atenção especial à faixa 8025-8400 MHz, considerada crucial para satélites de observação da Terra; avanços em conectividade direta entre satélites e dispositivos móveis (D2D, Item 1.13 da CMR-27); e o andamento da consulta pública nacional sobre o uso sustentável de espectro e recursos orbitais para serviços de radiocomunicação espacial.
Além dessas pautas, o Brasil apresentou avanços do Projeto TV 3.0, o padrão brasileiro de televisão digital terrestre de próxima geração, reforçando a diversificação tecnológica apoiada pelo país.
O presidente executivo da Citel, Oscar León, reforçou a importância da integração regional para decisões sobre espectro e satélites, destacando a necessidade de alinhamentos técnicos já em direção à Conferência Mundial de Radiocomunicações (CMR) para evitar decisões de última hora.
“A convergência regional em temas como espectro, satélites e serviços terrestres amplia a capacidade das comunicações de serem um vetor de inovação e desenvolvimento sustentável”, comentou Hermano Tercius, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, que participou da abertura. Baigorri aproveitou o encontro para reforçar o compromisso do Brasil com o multilateralismo, convidando delegados a dialogarem com a delegação brasileira — composta por representantes do Ministério das Comunicações, Anatel e setor privado. O país também confirmou sua candidatura à Secretaria-Geral Adjunta da UIT na PP-26, reafirmando o papel como referência na integração regional. A abertura contou com a presença do presidente da CCP.II da Citel, Hector Budé, e do chefe do Departamento de Serviços Terrestres do Bureau de Radiocomunicações da UIT, Nikolai Vassiliev.