O Brasil avança para o conceito de AI First, colocando a IA no centro das estratégias de negócio, segundo Rodolfo Fücher, vice-presidente do Conselho da ABES.
Fücher alerta que cerca de 60% dos dados produzidos no país ainda são processados fora dele, o que coloca a autossuficiência digital como condição essencial para soberania e competitividade.
O colunista aponta números fortes para o setor: o mercado brasileiro de TI movimentou US$ 58,6 bilhões em 2024, com crescimento de 13,9% frente a 2023, superando a média global, e previa alta de 9,5% para 2025.
Além da demanda por dados, o ecossistema requer infraestrutura robusta: a tendência é que o dimensionamento de Data Centers no Brasil dobre nos próximos cinco anos, enquanto nos EUA o crescimento esperado é quase triplo. Nesse cenário, a Medida Provisória REDATA é vista como um passo relevante, mas insuficiente sem uma estratégia nacional integrada.
Para consolidar a autonomia digital, Fücher defende uma visão que conecte questões tributárias a investimentos significativos na transmissão de energia e em toda a infraestrutura de telecomunicações, bem como uma reconfiguração profunda do capital humano. Fücher encerra ressaltando seu papel na ABES e a urgência de uma agenda nacional para o AI First.