Durante o workshop internacional sobre cabos e data centers, realizado nesta quinta-feira no Ministério das Comunicações (MCom), o superintendente executivo da Anatel, Gustavo Borges, argumentou pela criação de um órgão central para coordenar a regulação e o monitoramento da implantação de cabos submarinos no Brasil.
Para Borges, esse órgão facilitaria a implantação de uma infraestrutura crítica que hoje fica dispersa entre diversas regras de licenciamento que nem sempre dialogam entre si, tornando o processo mais demorado.
No que diz respeito aos reparos de cabos danificados, o executivo afirmou que a demora também ocorre nesse âmbito e sugeriu que o órgão possa atuar como um hub para receber as demandas, facilitar o contato entre players e acelerar os procedimentos necessários. Ele afirmou: “o ideal seria termos um órgão que funcionasse como um hub, para verificar e dar andamento para todas as demandas necessárias para que esse reparo aconteça logo”.
Além disso, ele destacou a importância de descentralizar os pontos de ancoragem. Citou Fortaleza como exemplo de congestão de chegada de cabos e mencionou que, após diálogo com o governo estadual do Ceará, houve acordo para mudar o local de uma usina que poderia colocar em risco os cabos.
Na visão de convidados internacionais, como Alex Jucius, da ICC Latam, uma política integrada entre cabos submarinos, data centers e regras ambientais é essencial. Ele citou ainda que apenas em 2023 ocorreram cerca de 200 rompimentos no mundo, 70% dos quais por ancoragem e pesca, defendendo medidas que incentivem a infraestrutura ao invés de restringi-la.