Os executivos da GSMA, Lucas Gallitto e Luiz Felippe Zoghbi, apresentam a posição da entidade sobre a futura faixa de 6 GHz para operadoras móveis no Brasil. O país é destacado como referência global em gestão de espectro, alinhando inovação, inclusão digital e preparação das redes para o 5G e o possível 6G.
O olhar da Anatel para a faixa de 6 GHz destaca o maior bloco remanescente de espectro em faixas médias. A estratégia visa um equilíbrio: a parte alta da faixa licenciada para redes móveis, enquanto a parte baixa permanece disponível para a expansão de redes Wi‑Fi. Estudos da GSMA indicam que, entre 11 cidades latino-americanas, o índice de conexões Wi‑Fi nessa faixa é próximo de zero, com 84% da conectividade indoor e 71% do tráfego 5G dependentes de faixas médias.
Globalmente, cerca de 80% da população vive em países que já dedicaram parte da faixa de 6 GHz ao uso móvel, segundo CRM-23. A padronização internacional aponta a parte alta como licenciada, com o 3GPP incluindo a faixa n104 (6.425–7.125 MHz) no Release 17, abrindo terreno para dispositivos e redes 6G no futuro.
Especialistas destacam que as futuras redes 6G exigirão canais significativamente mais largos — estimativas já apontam 200 MHz por operadora, com cenários avançados visualizando 400 MHz. A faixa de 6 GHz é vista como catalisadora da expansão do 5G e da preparação para o 6G, ainda que o ecossistema de equipamentos esteja amadurecendo. Vendedores de infraestrutura já sinalizam capacidade para atender a demanda conforme o ecossistema se firmar.
No Brasil, o 5G avança com velocidades reconhecidas internacionalmente, e as operadoras têm obrigações de investimento até 2030. O custo do espectro representa cerca de 7% da receita global das operadoras, segundo a GSMA, o que reforça a necessidade de data, condições e preço de leilão factíveis. O 6 GHz, afirmam Zoghbi e Gallitto, exige cautela e diálogo público‑privado, com segurança jurídica e planejamento de longo prazo como pilares. O Brasil tem sido reconhecido pela OpenSignal como uma das redes 5G mais rápidas, fortalecendo a ideia de manter condições para crescimento sustentável.