A Vivo terá papel central na estratégia de crescimento da Telefônica até o fim desta década. A matriz espanhola informou que, como parte do plano estratégico 2026-2030, pretende incorporar a venda da rede de cobre da operadora brasileira para cumprir uma meta de eficiência operacional superior a 2 bilhões de euros em 2028, com o total subindo para 3 bilhões de euros até 2030. O cobre da Vivo entra na conta, conforme destacou a diretoria em coletiva realizada nesta terça-feira.
“O Brasil está incluído e é um player importante”, afirmou o CEO Marc Murtra. “A venda de cobre em andamento está incluída”, completou. A Vivo projeta levantar até R$ 3 bilhões com a venda do ativo, e o ritmo das negociações deve acelerar no próximo ano.
O executivo ainda ressaltou que a operação brasileira deverá se beneficiar do uso de Inteligência Artificial (IA) para melhorar o atendimento aos clientes e simplificar processos internos, contribuindo para a redução de custos.
O plano estratégico, batizado de “Transformar e Crescer”, não prevê consolidação nos próximos anos; no entanto, a empresa sinaliza abertura para negociações futuras, com Murtra afirmando que não poderia comentar sobre aquisições no Brasil neste momento.
Saída da América Latina: a Telefónica informou que pretende manter operações em apenas quatro mercados europeus e americanos — Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido — e que o processo de desinvestimento na América Latina continua. A empresa já vendeu subsidiárias na Argentina, Peru, Uruguai, Equador e Colômbia; ainda atua no México, Chile e Venezuela, porém sem visão de futuro para essas unidades. “Vamos sair desses países”, disse Murtra, acrescentando que a área Hispam ficará de fora, com exceção do Brasil.
No âmbito europeu, a companhia destacou o foco em B2B e em fortalecer a Telefónica Tech, com soluções em cibersegurança, nuvem e IoT. A gestão destacou ainda a elevada fragmentação de mercado na Europa, em contraste com EUA e Suíça China, que contam com poucas operadoras, sinalizando um eventual interesse por fusões e aquisições com base em custo, preço do ativo e regulação.
Quanto ao progresso financeiro, a Telefónica espera um EBITDA ajustado com CAGR entre 2025-2028 de 1,5% a 2,5% e, de 2028 a 2030, entre 2,5% e 3,5%. Murtra assegurou que os ratings da empresa não serão impactados negativamente no período, reiterando o compromisso com o equilíbrio entre o OPEX, CAPEX e a eficiência operacional.