O Rio Grande do Sul vai receber quatro fábricas de semicondutores até 2029, com investimento estimado em R$ 1 bilhão pela Tellescom. As unidades, voltadas ao encapsulamento de chips, serão sediadas em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, com a expectativa de gerar cerca de 1 mil empregos diretos e 3 mil indiretos.
O anúncio faz parte do Book de Investimentos e Oportunidades em Inovação, lançado pela Invest RS durante evento em São Paulo. O portfólio reúne mais de 50 projetos públicos e privados em setores estratégicos — incluindo semicondutores, energia verde, venture capital e formação de talentos — somando R$ 7 bilhões em investimentos previstos, dos quais R$ 3,7 bilhões já estão comprometidos em projetos estruturantes.
Ecossistema de microeletrônica: metade das fábricas de semicondutores em operação no Brasil já está localizada no Rio Grande do Sul. Além da Tellescom, a Chipus Microeletrônica confirmou R$ 250 milhões em cinco anos para instalar um centro de P&D no estado. “A presença da Chipus no Rio Grande do Sul representa a chance de acelerar a formação de um cluster de semicondutores nacional”, afirmou Murilo Pessatti, CEO da companhia.
Energia verde e capital de risco também aparecem no portfólio: a BeGreen anunciou três plantas de amônia verde em Passo Fundo, Condor e Tio Hugo, totalizando R$ 150 milhões em investimentos. No campo de venture capital, o Quartzo VC6 — fundo de US$ 100 milhões resultante da fusão entre TM3 Capital e Invisto — terá foco em deeptechs. BRDE e Badesul preparam FIPs com previsão de R$ 70 milhões até 2026 para startups gaúchas.
A formação de talentos e a infraestrutura representam parte relevante da estratégia: a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT-RS) concentra R$ 258 milhões em programas como RS Talentos, Professor do Amanhã e Doutor Empreendedor, além de oferecer 300 mil m² em 20 polos de inovação para instalação de empresas e centros de pesquisa. O Fundo Amanhã, endowment da UFRGS, tem meta de R$ 5,1 milhões até 2027 para fomento à pesquisa e bolsas de estudo.
Para Rafael Prikladnicki, presidente da Invest RS, o estado possui ecossistema maduro que conecta universidades, centros tecnológicos e indústrias de ponta, mostrando a transição da economia tradicional para a baseada em inovação. Eduardo Lorea, vice-presidente da Invest RS, reforçou que os projetos são concretos, com capital já comprometido e impacto real, servindo como vitrine para investidores de negócios sustentáveis e integrados à cadeia global.