A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) deflagrou, nesta semana, a Operação Rastreio, com o objetivo de desarticular uma quadrilha que atuava nacionalmente no desbloqueio e receptação de celulares roubados. A investigação aponta que o grupo oferecia cursos on-line para ensinar a prática, fortalecendo uma rede de clientes em diversos estados. A ação contou com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Ao todo, 30 pessoas foram presas e 132 mandados judiciais foram cumpridos em 11 estados: Alagoas, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.
Durante as operações, foram apreendidos mais de 2,5 mil aparelhos celulares, um veículo roubado, bem como R$ 52 mil em espécie, componentes eletrônicos, cartões clonados, HDs e computadores.
As investigações apontam que o desbloqueio dos aparelhos também visava acessar dados das vítimas para a abertura ilegal de contas bancárias, emissão de empréstimos fraudulentos e retirada de valores das contas.
A ação é uma iniciativa da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), da PCRJ, com o apoio das Polícias Civis dos estados envolvidos. O MJSP, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), atuou promovendo a articulação entre as polícias.
O diretor da Diopi, Rodney da Silva, destacou que a atuação integrada fortaleceu a cooperação nacional no enfrentamento aos crimes de furto, roubo e receptação de celulares, reforçando o caráter nacional do enfrentamento ao crime organizado.
Segundo a PCRJ, as investigações começaram após a prisão, em maio, de um criminoso apontado como referência no desbloqueio remoto de aparelhos. A partir dele, a polícia desvendou uma rede de clientes em diversos estados que enviavam dispositivos roubados para desbloqueio e recolocavam os aparelhos no mercado, muitas vezes com a aparência de legalidade.