Em um esforço conjunto, a Anatel, a LABRE-RS e a Defesa Civil do Rio Grande do Sul iniciaram a implantação de uma rede de comunicação redundante que utiliza radioamadores para operações de resgate em cenários de desastres climáticos.
Essa iniciativa nasce como resposta às falhas de comunicação observadas durante as enchentes de 2024, quando muitos municípios gaúchos ficaram isolados.
O primeiro simulado ocorreu no último domingo de agosto de 2025, conectando cidades do norte ao sul do estado. Participaram Joaquim da Silva Machado (presidente da LABRE-RS), a capitã Franciele Anziliero, representando a Defesa Civil, e técnicos da Anatel, entre eles o coordenador de Fiscalização Luis Felipe Rodrigues e o radioamador Adriano Borges Becker. Voluntários da LABRE-RS também atuaram no teste.
Estruturação do projeto
A articulação institucional começou em junho de 2025, quando a Anatel, LABRE-RS e Defesa Civil consolidaram a parceria para a Rede de Operações Gaúchas de Emergência para Radioamadores. O projeto, sob coordenação da LABRE-RS, mobiliza operadores em todo o estado para viabilizar comunicação ágil, especialmente entre municípios do interior e a Região Metropolitana de Porto Alegre.
Durante o planejamento, Andreas Hanke Stern, servidor da Anatel, relatou sua experiência nas enchentes de 2024: sua estação improvisada em Porto Alegre atendeu mais de 4 mil chamadas de emergência, evidenciando a importância do radioamadorismo em cenários de colapso das redes.
Segundo Mauricio Peroni, gerente da Anatel no RS, os aprendizados da enchente de 2024 mostraram que a atuação articulada entre as instituições é fundamental para enfrentar crises. A LABRE-RS e a Defesa Civil reforçaram que o simulado busca operacionalizar a rede de emergência de radioamadores, garantindo comunicação mesmo com o eventual colapso das redes.
A superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesiléa Teles, destacou ainda a importância do projeto: o radioamadorismo é uma ferramenta estratégica em desastres naturais e ressalta a necessidade de cooperação entre governo e sociedade civil para a segurança da população gaúcha.