A Intel revelou que a geração seguinte do Wi‑Fi, conhecida como Wi‑Fi 8, deverá priorizar confiabilidade, redes inteligentes e desempenho determinístico, em vez de competir apenas pela velocidade de pico.
Segundo um white paper de autoria da empresa, o padrão foi concebido para atender às exigências da era da inteligência artificial (IA) e suportar aplicações críticas que demandam redes estáveis e com contexto sensível.
No aspecto técnico, o Wi‑Fi 8 (IEEE 802.11bn) manterá as mesmas três bandas de frequência usadas pelo antecessor — 2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz — sem novas alocações. A certificação de dispositivos, conforme a Intel, deve chegar ao fim de 2027.
Porém, a adoção plena no Brasil tende a encontrar obstáculos, entre eles a morosidade da homologação de novos equipamentos pela Anatel. O CTO da Intel, Carlos Cordeiro, afirmou que o processo regulatório brasileiro pode se tornar um gargalo importante para a entrada de dispositivos Wi‑Fi 8 no mercado nacional.
Cordeiro ainda observou que há uma discussão de longo prazo entre governos para facilitar o reconhecimento regulatório entre países, de modo que dispositivos aprovados nos Estados Unidos possam obter autorização no Brasil, e vice‑versa.
Ainda segundo o executivo, além da regulação, a infraestrutura de acesso fixa no país precisa avançar. “Não adianta colocar um ponto de acesso Wi‑Fi 6 ou 8 se a sua rede de acesso é lenta; o gargalo está na ponta,” afirmou, destacando que a atualização de infraestrutura é requisito para o benefício total do Wi‑Fi 8.