Um debate realizado no Telco Transformation Latam, no Rio de Janeiro, indicou que, para que as operadoras se tornem TechCo, serão necessárias mudanças tecnológicas, redesenho do modelo de negócios e uma evolução cultural que inclua também a percepção do cliente e da rede.
Ari Lopes, líder da prática de provedores de serviços da OMDIA para as Américas, moderou o painel e destacou os principais fatores que impulsionam a transição, as tecnologias emergentes mais relevantes e o uso da tecnologia como habilitador para monetização e eficiência de custos no novo cenário das telcos.
A Algar, representada por Zaima Milazzo, contou que novos negócios já representam 16% da receita, com a marca reorientada para TI, telemedicina e serviços digitais. “Levamos a transformação a sério: tiramos o nome telecom da marca e engajamos o setor de forma verticalizada, com portfólio de TI e serviços gerenciados”, comentou.
Guilherme Fernandes Silveira, da Vivo, ressaltou que não há receita de bolo: a evolução começa internamente, em estrutura, talentos e organização, antes mesmo de pensar em tecnologia. A Vivo também vem adotando IA para análise preditiva de ativos e redes, defendendo planejamento de redes com IA autônoma para potencializar resultados.
Arturo Saenz Soto, da Telecable Costa Rica, pontuou que a operadora não quer apenas adicionar serviços, mas compreender mercados verticais e evoluir a oferta de conectividade com camadas de serviços tecnológicos, iniciando pela segurança em modelo opex. Marcos Antonio Manoel Alves, da MINSAIT, afirmou que o papel de advisor para operadoras facilita a criação de valor, especialmente em cenários com legados de sistemas OSS/BSS. Por fim, Silveira, da Vivo, enfatizou a governança de dados para empresas com legados e destacou desafios de “cloudificação” e “appização”, além da necessidade de profissionais multifacetados para sustentar uma operação mais autônoma.