As redes privativas já operam no Brasil em diferentes escalas, desde o Sambódromo do Rio de Janeiro até as infovias da Amazônia, viabilizando conectividade crítica para eventos, serviços públicos e ambientes urbanos.
No segundo painel do evento IoT, MVNOs e Redes Privativas, realizado em São Paulo, executivos de Globo, FonNet, EAF | Siga Antenado e Porto de Santos apresentaram casos em andamento que utilizam 5G stand alone, baixa latência, integração com sensores e câmeras, backbone próprio e parcerias público-privadas.
A Globo detalhou o uso de redes privativas desde o 4G, com a expansão para o 5G. Durante o Carnaval do Rio, a emissora destacou a implantação da primeira rede privativa 5G para transmissão em 4K, com baixa latência e sete câmeras dedicadas, além de uma rede fixa para coberturas jornalísticas na Av. Paulista próxima ao MASP.
A FonNet apontou mudanças na arquitetura de redes urbanas, enfatizando a necessidade de adquirir dados, transmitir, processar e tomar decisões com latência muito baixa. Entre as inovações citadas estão IP sobre DWDM, conexões de 400 Gb/s e novos padrões IEEE, com a ênfase na padronização e na segurança para entregas fim a fim, especialmente para dispositivos de baixa banda e alta sensibilidade a latência.
Leandro Guerra, presidente da EAF | Siga Antenado, associou redes privativas ao legado de leilões de espectro 5G, citando duas iniciativas com impactos diretos: a rede privativa e segura do governo federal — anéis de fibra em 27 capitais e gateway de interoperabilidade para plataformas de missão crítica — e o projeto Norte Conectado, que prevê 14 mil quilômetros de fibra subfluvial na Amazônia. O regulador GAISPI também foi citado como exemplo de PPP com compartilhamento de decisões entre MCom, Anatel, operadoras, radiodifusão e empresas de satélite.
No Porto de Santos, Rogério Saran descreveu a implantação gradual de uma rede para corrigir lacunas de conectividade em uma área de 25 quilômetros de canal com múltiplos terminais. O projeto, que inicia com vídeo monitoramento, comunicação e radiocomunicação das equipes, pretende tornar-se a espinha dorsal para sensores, tráfego de caminhões, controle ferroviário e gêmeos digitais, com conectividade integrada ao município para segurança e mobilidade.