Gustavo Fonseca, CEO da Sky, afirmou que a pirataria é hoje o principal concorrente do setor de televisão paga e de streaming no Brasil. Em entrevista a jornalistas, ele destacou que a prática deixou de ser restrita a grupos de baixa renda e se disseminou por diversas camadas da sociedade, tornando-se um fenômeno com alcance amplo.
O executivo afirmou ainda que o uso de equipamentos e aplicativos ilegais se tornou culturalmente normalizado, com parte significativa das receitas do crime organizado alimentando esse mercado. “Se você comprou uma caixa pirata lá no shopping de Belo Horizonte, você deu dinheiro diretamente para uma facção criminosa”, disse.
Fonseca citou relatos de operações e a participação de redes internacionais, incluindo uma operação recente na Argentina que desarticulou uma plataforma de IPTV pirata com milhões de usuários, incluindo clientes brasileiros. Segundo ele, o crescimento desses serviços afeta as receitas das empresas que trabalham de forma legalizada.
Sobre o regulatório, o CEO elogiou os esforços das autoridades brasileiras, mas pediu ações mais frequentes contra transmissores ilegais, boxes clandestinos e aplicativos hospedados no exterior. Ele ressaltou a atuação da Anatel e defendeu que as ações avancem de forma coordenada com a Ancine para fortalecer a regulação e a responsabilização de distribuidores ilegais.
A Sky participa de iniciativas de combate à pirataria da ABTA e da Alianza. Fonseca disse que a pirataria reduz a escala de modelos de streaming e TV por assinatura, compromete a oferta de canais e transmissões esportivas e impacta o custo de programação, o que, por sua vez, diminui a capacidade de investimento em conteúdos originais.