Usuária intensiva de soluções via satélite, a Petrobras aponta ser possível — e também complexo — o emprego de conectividade que combine GEO, MEO e LEO. A visão multi-órbita foi apresentada durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, no Rio de Janeiro, com Maximilliam Nunes Starling Vieira, consultor sênior de conectividade da estatal, ressaltando que a solução vai além de “ligar na tomada”.
A Petrobras já era tradicionalmente GEO em plataformas offshore, mas migrou para MEO entre 2017 e 2018. Em 2023, a estatal adicionou serviços LEO, abrindo a possibilidade de reduzir antenas pesadas e ampliar a eficiência de investimentos.
Segundo Vieira, o maior desafio é gerenciar a rede entre órbitas, imaginando uma estrada com várias rotas. “O desafio é gerenciar” — analogia de uma estrada — “eventualmente alguma pista fica bloqueada, e então precisamos de um ‘Waze’ para nos levar pelas múltiplas rotas”.
A orquestração desse mix de órbitas é feita por uma camada de software que funciona como o “cérebro” da operação, garantindo a conectividade adequada a cada momento. Há unidades atendidas por dois sistemas LEO distintos, além de MEO e GEO, e, quando ocorrem falhas de conectividade, o tráfego é rapidamente redirecionado para outras redes. A solução de orquestração foi desenvolvida internamente pela Petrobras.
As soluções LEO trouxeram vantagens — como redução de peso de antenas, de cerca de uma tonelada para equipamentos significativamente mais leves. Ainda assim, existem desafios, incluindo a necessidade de “enxergar” os arcos de cobertura das frotas. A Petrobras aponta que a demanda de banda é alta e cresce em média 24% ao ano, complementada por redes de fibra, móveis e IoT industriais para sustentar automação, colaboração e outras aplicações.