Uma pane na Amazon Web Services (AWS) provocou instabilidade global em sites e apps, com duração estimada de cerca de 15 horas. O problema foi registrado na região US-EAST-1, na Virgínia, e afetou mais de 500 empresas, incluindo iFood, Mercado Livre e PicPay.
O incidente envolveu serviços críticos da nuvem, como o DynamoDB e o Elastic Compute Cloud (EC2). Além disso, problemas no DNS e na criação de novos servidores contribuíram para ampliar o alcance da pane. Segundo a própria AWS, a restauração completa ocorreu às 19h01 (horário local) após ajustes técnicos.
Ao longo do período, a AWS relatou que 76 recursos apresentaram falhas, com 66 já em processo de recuperação. O episódio evidenciou a exposição da economia digital à dependência de infraestrutura de nuvem centralizada.
Serviços de grande alcance — incluindo Alexa, Prime Video, Canva, Coinbase, Mercado Pago, OLX, Pinterest, Roblox, Zoom e outros — registraram lentidão, falhas de login ou interrupções. O site Downdetector apontou mais de quatro milhões de relatos de usuários no mesmo período.
Especialistas destacaram a necessidade de estratégias de resiliência, sugerindo a adoção de abordagens multi-cloud, onde dados e aplicações são distribuídos entre vários provedores para reduzir o risco de paralisações generalizadas. No Brasil, a AWS também opera data centers cujos impactos foram sentidos por empresas de tecnologia, varejo e finanças.
O episódio reacende o debate sobre o papel da nuvem na infraestrutura corporativa: embora ofereça escalabilidade e redução de custos, a centralização eleva a exposição a falhas técnicas. Organizações são incentivadas a revisar planos de contingência, testar backups e considerar a diversificação de provedores para sustentar a transformação digital.