Em coletiva no Futurecom, Ari Lopes, gerente sênior de Service Providers Americas da Omdia, ressaltou que a expansão do 4G e do 5G no Brasil segue em ritmo desigual, com lacunas de cobertura especialmente no interior, Amazônia e Mato Grosso.
Sobre desempenho, Lopes disse que o 5G avança mais lentamente que o 4G nos seus primeiros anos, sendo mais um exercício de construção de rede que de inovação em serviços, sem impacto relevante na receita das operadoras. Ainda assim, há iniciativas como cloud gaming em regiões de Claro e Vivo, que precisam de produtos novos para gerar valor.
No que diz respeito à conectividade em áreas remotas, o avanço depende de obrigações regulatórias da Anatel nos leilões e da atuação de operadoras regionais. A Brisanet, por exemplo, comprou licença no leilão do 5G para o Centro-Oeste e busca parcerias com ISPs locais para levar internet móvel a cidades com carência de cobertura.
Omdia também comparou a concorrência brasileira com a de outros países da região. Enquanto Chile vive guerra de preços que compressa margens, o Brasil tem margens de EBITDA acima de 45% entre as três grandes operadoras, abrindo espaço para investir em inovação e novos serviços. Em banda larga fixa, o panorama é de competição fragmentada com Vivo, Claro e TIM respondendo por cerca de 45% do mercado, enquanto milhares de ISPs completam a oferta — cenário que pode estimular consolidações futuras.
Quanto às perspectivas de receitas, o executivo apontou que, no curto prazo, IA e nuvem tendem a gerar ganhos de eficiência mais do que novas receitas, mantendo o foco atual de reduzir custos e aumentar a eficiência operacional.